segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Tá anoitecendo.

Refletindo sobre as horas de hoje me vejo um tanto perdida no sentir. Há fatos que o tempo fala por si, e somente. Vejo como a busca por correr sozinho é uma faca de dois gumes, e a sobrevivencia nas pessoas é um passo que corresponde à uma novidade antiga, daquelas que faz calos no estômago. Tento sair ilesa, mas isso é querer me enganar demais. Ilusões barateadas dentro das mesmices socias, que por consequências lógicas firmam ainda mais o risco do meu prazer. Burlando os olhares, pisco no comum.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

É.

Nem que a gente morra a pele refresca. O perfume está nas entranhas pra além de mim, nada desmente. Mundo frágil é o seu cheiro. Se espalha na minha língua, verso. Conto a brisa que cura, de onde o inesperado ofusca a malha do teu pêlo. Sorrindo pra mim, eu e você encostados naquela parede. Ensaios de ir, mas é vir, sentir. Sigo aqui as confissões suficientes para apagar a estrada feita no meu tapete, onde o branco é lembrado pelo meu pé vermelho. Vou, não nego. Necessariamente os fios de cabelo torcem a boca, e a expressão é um misto de fraqueza e verdade. Sendo muitos, sendo páginas, sendo lembranças. Dentro de cada som que ouço, asas em ti, mas em outras cores volto para mim sem me queixar.

sábado, 12 de novembro de 2011

Setembro.

Eu ri a beça. Ele riu e me olhou meio vesgo, pensei: filho da puta bêbado. Eu disse não, mas sim, nada disso. Quero ver você resistir a essa nossa atmosfera tão articulada, trabalhada num universo de cara vazia com a crítica estampada na boca rasgada. Ele riu, ria, eu ri: a noite é boa. Enchente de humores, ah! O velho ritimo... A potência do oráculo do seu olho já mostra o que tá na saudade. Ora rapaz, sei do que se trata. Mãos marcadas em corpos, estampadas em rostos, que se dão na banalidade de dias assim, conversas assim, situações que agregam momentos assim. Fica assim. E eu que só tinha a preocupação de voltar pra casa, agora seguro a promoção de reagir a vontades do riso e as emoções dessa satisfação de quem, calmamente, só deseja ficar.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Aqui.

O cigarro queima como a minha noite. Desfragmentando em claro. Seguindo um par de dança flui passageiro. Passo vai vento. Vivendo o não viver, batido sentir, batido escrita. Vou pequena sem saber o sentido, dois pés sem fazer. Doando o corpo para os pensamentos. Ilógica dos mesmos caminhos cotidianos. Sopro, e não vai embora.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Documento da tarde.

Massificação de idéias comuns quebradas dentro de um social dislexo. Pensamentos vagam o corpo chegando aos pés. Situações de flashs, sentidos diluídos em roteiro. Pacificação com os cabelos que só fazem o que querem. Não fazer pode fazer o todo. Gosto se dá ao apego, e que sejam apenas segundos profundos. Doença mental provocada pelo meio se dá pelas paredes da casa. Sugar o vento frio faz a alma assoprar quente o fato de querer. Espetáculo de pensamentos encadeados, frenesi interno. Pertences para manifestar. Rotinas para doar. Dedos sem tocar. Dias rasos de sobriedade, normalidade de personagens. O encontro de parâmetros nas diferenças.

Morta cuja.


O tempo fica escuro, é muita mentira nessas cobertas. Certos dias penso em não lutar, um despeito fechado em quatro paredes. Bate aquele vento remetendo a  miséria. Tenho a impressão que é pela concessão que tenho todos os dias para sorrir em liberdade, que faço você pagar. Diga que eu chorei pelo prazer de lamentar, mas a distração vem com o samba. Fala que o ranger dos meus dentes é porque são meio dia, e eu sou capaz de cuspir nos sonhos.