quarta-feira, 4 de abril de 2012

Aromático.

Adormecendo lentamente, três ou quatro dias, murcha ao expirar o seu perfume com cuidado. Flores frescas eram espalhadas. Repeti de dez a vinte vezes até que estivesse saturada. O resultado era ainda quantitativamente a qualidade a frio de uma fidelidade original, ou seja, parecia que ficava espelhada com absoluta fidelidade à sua natureza. Obviamente ainda reconhecia, é claro, a diferença entre o cheiro da flor e o seu aroma conservado; como um véu suave (aí estava o peculiar cheiro). Podia ser tão pura quanto quisesse sobre a imagem aromática original, diminuindo-a, enfraquecendo-a suavemente, até tornando talvez a sua beleza insuportável para as pessoas comuns... Mas, em todo caso, melhor não havia. E ainda que o método não fosse suficiente para convencer de modo pleno, sabia muito bem que bastava para todo um mundo. Em pouco tempo, dando-o a entender do seu modo discreto, velado, submisso, com prazer deixava-o ir, e depois, determinar a mistura que cheirasse mais preciosa, deixava por sua.

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