sábado, 18 de agosto de 2012

Querida, não analisa não!.

Vitória, 18 de agosto de 2012.

  Amada Leila,

  Hoje, agora, em casa, acredito mais uma vez na conclusão de que eu sou conveniente às pessoas. As pessoas gostam do disponível sorriso, que às vezes nem quer sorrir. Me sinto fraca pra mim mesma, mas permaneço forte perante a todos. A velha dor persiste em bater junto com as velhas dificuldades. No fundo, que cada dia fica mais explícito que a solidão é a única amiga; amiga calada. Confundo e me perco comigo mesma dentro desse quarto, dessa casa. Mal sei de minhas vontades, o que preciso realmente. Apenas me deixo levar e vou vivendo isso, todos os dias. Sinto falta do que já foi, mas que me ao mesmo tempo me fazia mal, a insatisfação é algo que conclui meus momentos. O bom humor está sempre à prova de todos, e a tristeza sempre cá escondida em algum canto. Me puxo pra cima, renovo as esperanças, mas não tenho vontade, quero saber quando isso tudo irá passar. Quando alguma coisa nova irá aparecer, quem sabe. Qual é a forma de levar essa vida? Simples ou simplesmente? Busco afetos, verdades, que muitas vezes não são correspondidas. Às vezes acho que até são, mas minha crítica às coisas é algo que me deixa sempre a querer mais (e mais). Me extrapolo em seqüência achando que o momento é o que me resta. Faço isso sempre, a intensidade está presente em mim. E vive me frustrando tão fatalmente, como agora. Passa, passa, passa...

 Daquela que te tem em pensamentos de ternura,

 Berenice.


Ps: Saudades.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Panorâmas de um cotidiano em sobreposição vagando em pensamentos de sentença. Não vou me cobrar. Como e também afronto meus medos mundificando a solidão. Estar só, um estado? Poesia e sentidos fazem o meu âmago florescer (auto-suficiência da consciência íntima e vontades). É sutil, e dualmente intenso. Me relevo à minha cara; mais, menos, não sei. Só pratico essa necessidade diária de me querer. Buscando a busca, ou simplesmente sucedendo momentos de um mundo recluso em sensações.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Aromático.

Adormecendo lentamente, três ou quatro dias, murcha ao expirar o seu perfume com cuidado. Flores frescas eram espalhadas. Repeti de dez a vinte vezes até que estivesse saturada. O resultado era ainda quantitativamente a qualidade a frio de uma fidelidade original, ou seja, parecia que ficava espelhada com absoluta fidelidade à sua natureza. Obviamente ainda reconhecia, é claro, a diferença entre o cheiro da flor e o seu aroma conservado; como um véu suave (aí estava o peculiar cheiro). Podia ser tão pura quanto quisesse sobre a imagem aromática original, diminuindo-a, enfraquecendo-a suavemente, até tornando talvez a sua beleza insuportável para as pessoas comuns... Mas, em todo caso, melhor não havia. E ainda que o método não fosse suficiente para convencer de modo pleno, sabia muito bem que bastava para todo um mundo. Em pouco tempo, dando-o a entender do seu modo discreto, velado, submisso, com prazer deixava-o ir, e depois, determinar a mistura que cheirasse mais preciosa, deixava por sua.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A porta.

Vertiginoso é todo o seu drama. Cansei das tonturas, pensamentos de grandes muralhas, atitudes que são um súplicio. As noites, as ruas, sinto que as pessoas nao me enxergam mais. Tô morta, e meu cadáver, exausto, caminha por aí com o olhar perdido nos passos dos meus sapatos e nas linhas amarelas do asfalto preto. Por que voce não muda isso, me perguntam numa cobrança de fácil acesso, Irei mudar, respondo com a lembrança da tua mão segurando o meu braço. Mas você, grande filho da puta, são dois; frio e quente. E minha ingênuidade é o que ainda me faz sentir pelos bons momentos. De qualquer forma agora tenho a certeza de que os dias de solidão a dois não derrubou minhas vontades. Tendo-me despedida, outros terão e entenderão. Serei poeta. Esgoto agora em mim todas as formas de sentimento; amor, veneno e loucura. Fique com o amargo da não mais sua.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Esse escrito aconteceu.

Há tempos que não passo. Sei muito bem disso. E quando dano a pensar em letras a saliva entre meus dentes se faz de cheiro e um pouco de gosto; não quero mais você por aqui(parece que engoli perfume). Não te quero mais em mim, não somos mais um. Bem mais que a dor dos dias, viver a dor é que me doeu. Confesso que vi esse filme mais de uma vez só pra ter certeza dos seus olhos, pois na mesma proporção que quis saber do seu personagem, na verdade, essa minha alma inquieta, de livre vontade, procurava mesmo saber de ti. E quando, em qualquer outra conversa, porventura falarmos das coisas que você viveu, meu querer é um peito aberto, vagando em carinhos e desejos de boa vontade. Minha mente desenvolve vários pensamentos agora... em flashs, e os meus olhos, esses sim, revelam-se perturbados e gratos por ser essa pessoa que apenas te conhece num filme visto tantas vezes. A você, que hoje não me pertence e por diversos outros momentos não me pertenceu, amor.